Miranda já sente o colapso na saúde em decorrência da pandemia. Um paciente, homem, de 43 anos, está intubado, internado no Hospital Municipal Renato Albuquerque Filho (HMRAF) e aguarda vaga desde o fim da manhã desta sexta-feira, 19. “Estamos fazendo de tudo, mas não temos vaga, nenhum hospital está aceitando vagas”, relatou ao Bonito Mais, agora à noite, a diretora do HMRAF, Alessandra Cassano. “É muito triste ver as pessoas precisando de vaga e não podermos fazer nada”, lamenta Alessandra.
As vagas nos hospitais são reguladas pelo Complexo Regulador Estadual (CORE) uma plataforma que reúne as informações de toda a rede de saúde de Mato Grosso do Sul. As cidades de referência, ou seja, para onde normalmente iriam pacientes de Miranda são Aquidauana e Campo Grande. Mas, nesta semana, pela falta de vagas nas cidades de referência, Miranda teve que enviar pacientes para Corumbá. Há pacientes mirandenses internados em vários outros municípios.
Agora, além do paciente em estado grave, há ainda outros quatro pacientes com covid internados na ala do HMRAF adaptada especialmente para este atendimento. E a tendência é de aumento na demanda.
As equipes estão exaustas. O aumento no número de atendimentos tem exigido um trabalho árduo dos profissionais do hospital. Questionada pelo Bonito Mais qual o maior medo deles neste momento, Alessandra Cassano respondeu: “É continuar com essa falta de leitos em outros hospitais”.
Mas a situação deve piorar. Segundo dados do Painel Covid, do Governo de MS, a ocupação de leitos de UTI para covid é de 105,31%.
Entenda
Segundo a diretora do hospital, Alessandra Cassano, o homem que aguarda vaga está com ventilação mecânica. “Um ventilador pulmonar é uma máquina que ajuda o paciente a respirar quando ele não consegue fazê-lo sozinho por estar com algum nível de insuficiência respiratória ou algum outro problema que o impeça de respirar”, explica Tiago Franca gerente de marketing de produtos da Divisão de Anestesia e Cuidados Respiratórios General Eletric Healthcare. “Os ventiladores bombeiam uma mistura de oxigênio e ar para os pulmões dos pacientes e removem o gás carbônico através de métodos não invasivos ou invasivos”, completa Franca, em publicação no site da GE.