Mesmo resgatada, anta não aguenta esperar socorro e expõe falta de amparo a animais atropelados

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Uma anta atropelada na rodovia MS-178 – que liga Bonito a Bodoquena – foi resgatada na manhã deste sábado (19) em Bonito, mas não resistiu a espera por socorro. A ação que mobilizou protetores e a PMA (Polícia Militar Ambiental) revelou a ausência de amparo a animais feridos nas rodovias do Estado, situação frequente na região.

O animal foi encontrado por funcionários de um atrativo turístico da região. Ainda com vida, a anta agonizava na rodovia e não conseguia se levantar. “Enquanto não colocar um redutor de velocidade isso aqui vai continuar acontecendo, é uma malvadeza com o bicho gente”, diz um deles em vídeo gravado pouco depois do acidente. A notícia rapidamente se espalhou nos grupos de WhatsApp e a Polícia Militar Ambiental foi avisada sobre o atropelamento.

Imediatamente foram ao local e com ajuda de um grupo de protetores animais, retiraram a anta da rodovia. A fêmea, filhote de aproximadamente um ano e meio, estava com as duas patas quebradas e por isso necessitava de socorro com urgência.

O resgate, no entanto, revelou a deficiência no atendimento aos animais feridos na região. Sem veículo de transporte adequado, a anda foi colocada na carroceria da caminhonete da PMA. Mesmo com a mobilização, nenhum veterinário foi encontrado na cidade para auxiliar no socorro.

Grupos de protetores do meio-ambiente iniciaram uma verdadeira saga para salvar a anta. Por WhatsApp, várias pessoas ofereceram contatos na esperança de conseguir atendimento ao filhote, que segundo os socorristas agonizava de dor.

O CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), que tem sede em Campo Grande, foi avisado e autorizou a transferência do animal, mas para isso era necessário um primeiro atendimento, para estabilizar a anta antes da viagem até a Capital. Vários profissionais foram procurados, mas nenhum estava na cidade no momento.

A força-tarefa continuou pelas redes socais até que um dos veterinários do pet shop Amigo Pet foi encontrado e se disponibilizou para ajudar. A anta foi levada ao local, onde seria sedada e transferida para Campo Grande, mas não suportou esperar. Morreu logo que começou ser atendida.

“É uma vergonha não ter atendimento, já não aguento mais tanta crueldade”, Yolanda Prantl Mangieri, que auxiliou na busca por socorro. O atropelamento da fauna silvestre nas rodovias que cruzam o município tem sido amplamente discutido e se transformou no projeto #Bonitonãoatropela, organizado por cinco entidades o Instituto Raquel Machado, a ViaFauna, a Rede Pró-UC, a AMPARA Silvestre e a Fundação Neotrópica do Brasil.

O projeto se mobiliza para construção de passagens aéreas, placas, e cercamento do principal ponto de atropelamento da cidade, a Ponte do Formoso, também conseguiram a doação de uma UTI Móvel para atendimento dos animais, mas a iniciativa ainda espera autorização do poder público para ser implantada.

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