No domingo, 25, é dia de Oscar. Nestes tempos de pandemia, com dificuldades para salas de cinema em todo o mundo, muitos dos filmes que concorrem nas diversas categorias da principal premiação do cinema mundial estão disponíveis em serviços de streaming, como Netflix e Amazon Prime.
Então, vários dos indicados em diversas categorias estão a um clique de você. Pra te ajudar a maratonar e estar bem-informado para a cerimônia de domingo, vamos trazer a partir de hoje informações sobre alguns dos indicados, impressões sobre o que nossos jornalistas acharam – sem a pretensão de sermos exímios críticos de cinema. Apenas compartilhamos opiniões pessoais sobre como fomos impactados pelas obras que disputam o Oscar 2021.
PIECES OF A WOMAN
A primeira meia hora do filme é angustiante. O diretor usa a técnica do plano-sequência (em que uma cena é apresentada sem cortes, geralmente para acompanhar o personagem a partir de uma única perspectiva e ao longo de toda uma ação) para demonstrar toda a tensão de um parto realizado em casa. Indicada ao Oscar de Melhor Atriz, Vanessa Kirby é a mãe, Martha, numa atuação com tanta verdade que chega a ser assustadora.
O clima de tensão que vai das primeiras dores do trabalho de parto até o nascimento tenso de um bebê que tem um desfecho doloroso. Nesta primeira meia hora, Marta tem a companhia de seu marido Sean (Shia LaBeouf) que se contorce para auxiliar sua parceira, e a parteira (Molly Parker) que se segura para não entrar em desespero.
O filme se desenrola pelas consequências devastadoras do parto caseiro. Uma jornada ao mesmo tempo de destruição e de superação dos traumas que o momento causou à Martha.
Em certo ponto, fica um pouco melodramático. Mas as atuações seguram a onda e fazem valer a pena.
Quem curte saborear um ótimo trabalho de atuação, numa historia densa de angustia humana, tem um prato cheio.
Nós gostamos. Tá na Netflix
Curiosidade
A roteirista do filme, Kata Wéber, que é casada com o diretor do longa, Kornél Mundruczó, contou que escreveu Pieces of a Woman após uma experiência própria. Kata passou por um aborto.
“Eu perdi uma criança durante uma gravidez. Eu senti que o meu corpo foi tirado de mim porque havia todas essas pessoas ao redor (expressando opiniões sobre o aborto). Meu corpo não era meu. Eu tive que reconquistar escrevendo, que foi terapia para mim”, contou a roteirista.
Além disso, o diretor revelou para o The Hollywood Reporter que Pieces of a Woman também é baseado em um caso da Hungria em que uma parteira foi condenada a dois anos de prisão após um parto caseiro terminar com a morte do bebê.
“Nós a encontramos algumas vezes e foi bastante inspirador. Uma frase que ela disse está no filme: ‘O recém-nascido tem que decidir quando quer nascer’”, contou o cineasta.
Na vida real, a parteira recebeu um perdão depois de ter sido condenada.
Com informações do Observatório do Cinema