Por Tania Maria Pellin
O professor, hoje, é o amigo e a família. Sendo muitas vezes a única pessoa que observa o olhar triste de um aluno no canto da sala. É aquela pessoa que chega calmamente e pergunta “ei” está tudo bem? Mesmo sabendo que a resposta é um “sim”, “está”.
Como professores, exercemos diversas funções no processo educativo de nossos alunos. Realizamos diferentes atividades as quais buscam orientar, ensinar, educar um grupo de estudantes. Muitas vezes fugimos de nossos conteúdos para trabalhar o emocional, o social, temas que precisam de uma atenção superior no momento hodierno. O professor da atualidade é um pouco de tudo, enfim, somos professores. Segundo Delors, O mundo atual é, muitas vezes, um mundo de violência que se opõe à esperança posta por alguns no progresso da humanidade”. Esta violência é muitas vezes emocional.
Com um minucioso olhar, você acaba por percebe na cidade, no interior da escola e nos
noticiários locais como essa questão, sobretudo no Brasil, é urgente na
contemporaneidade. Percebemos então, a violência de todas as ordens, como doméstica, de gênero, racista, sexista, homofóbica, xenofóbica, bullying, entre outras. Estas, deve encontrar na instituição escolar um espaço de reflexão, discussão e práticas que possam reconstruir esse cenário. As escolas podem contribuir para que a sociedade reconheça o outro, respeitando e tratando todos com equidade e justiça.
A seguinte citação de Paulo Freire, se encaixa perfeitamente neste contexto, “A professora democrática, coerente, competente, que testemunha seu gosto de vida, sua esperança no mundo melhor, que atesta sua capacidade de luta, seu respeito às diferenças, sabe cada vez mais o valor que tem para a modificação da realidade, a maneira consistente com que vive sua presença no mundo, de que sua experiência na escola é apenas um momento, mas um momento importante que precisa de ser autenticamente vivido. ” Pedagogia da Autonomia.
Percebemos então a necessidade do educador, pois o mesmo é de fundamental importância no desenvolvimento do pensamento crítico, ele é o principal responsável na criação de novos formadores de opinião. Este inserido na sala de aula, pode mudar conceitos em relação a empatia. Tem o dom de trazer a existência o que muitos consideram impossível. Com uma pitada de empatia e carinho conquistam corações, alteram vida. Com um dom divino, os professores têm o poder de transformar derrota em vitória. Fracasso em sucesso.
Nos dias atuais, o professor atua como um medianeiro, um articulador do conhecimento, ele deixou de ser aquele que detinha a informação. O aluno chega informado em sala de aula. O professor deve então atuar como um pesquisador, que provoca no aluno, que faz com que o aluno queira ir além do que conhece. Precisa despertar a curiosidade, levar o aluno a se questionar, e ver a realidade como seu objeto de estudo
Também cabe ao professor, de modo especial, assim como a toda a instituição escolar, não só refletir sobre o importante papel que desempenha na construção da sociedade, mas também, motivado pela própria atuação, construir as competências necessárias e vencer os obstáculos para tornar-se um agente transformador da história da sociedade.
Pode-se se considerar o professor nos dias atuais, como um parceiro, ao construir relações mais afetivas com os alunos diante de suas trocas de experiências, onde um aprende com o outros e todos aprendem juntos.
Professor é aquele que sabe ler nas entrelinhas do comportamento, apresentado diante de diferentes desafios em ambiente escolar. É o mediador na hora do conflito, é aquele que orienta, e que também ensina. É aquele que oferece o ombro amigo na hora da dor. É uma pessoa normal, que tem sentimentos, mas que ao chegar no ambiente escolar esquece suas dores, seus traumas, seus problemas, afinal ele é “Professor”, visto por muitos como um “super-herói”
Professor, é aquele que veste a camisa “sou professor“. E atua, como se nada roubasse seus pensamentos, pois ali, naquele ambiente tem rostinhos que necessitam do seu sorriso. Mesmo passando por lutas, os olhos querendo chorar – com as batalhas travadas no dia a dia, e com aquele nó na garganta, (pois somos humanos) encontramos forças e nos superamos, temos um “eu” forte, que precisa sorrir, ensinar e assim, tentar construir um mundo mais solidário e humano.
Ser professor nos dias atuais é tudo isso e muito mais, juntos com a família podemos modificar a realidade.
Eu acredito, e você?