Pelo segundo ano consecutivo as comemorações do Padroeiro de Bonito serão silenciosas, sem bandeiras azuis e vermelhas enfeitando as ruas e nem cavalaria desfilando ao amanhecer. Em meio a pandemia e com tantas vidas perdidas no município, além de um frio de 5 ºC, a escolha da igreja este ano foi realizar apenas a missa de celebração a São Pedro. Até mesmo a carreata, que no ano passado foi uma forma encontrada para não deixar o dia do padroeiro passar em branco, esse ano foi deixada de lado em respeito as regras rigorosas de biossegurança e as famílias que lutam pela recuperação de seus entes.
As comemorações em honra a São Pedro Apóstolo, padroeiro de Bonito, datam como um dos mais antigos movimentos culturais e religiosos dessa região, tendo início antes mesmo do reconhecimento como município, em 1948. Conforme registros históricos do Padre Paulo Nunes de Araújo, que foi pároco da cidade até 2014, a primeira festa data-se de 29 de junho de 1928, quando foi inaugurada a primeira capela do então Distrito de Paz de Bonito e até é celebrados pela comunidade católica, não apenas com a quermesse, mas também com as novenas e a calvagada.
Os registros mais antigos encontrados pela reportagem são de 1952, confira:
Ainda segundo registrado pelo padre Paulo, a história do Padroeiro de Bonito começa com a visita do Padre salesiano João Crippa, de Campo Grande, que celebrou a primeira Missa Campal da região. “Nessa ocasião, o Capitão Manoel Inácio de Farias doou um terreno para a construção de uma Capela. Assim, com a ajuda da comunidade, o Sr. Salvador Castilho, carpinteiro de origem espanhola, construiu uma Capela de madeira com cobertura de zinco, a qual foi inaugurada no dia 29/06/1928, festa de São Pedro Apóstolo. Por isso, o Apóstolo foi designado Padroeiro da comunidade católica e do Distrito de Paz de Bonito”.
Também na ocisão, foram confeccionados os estandartes do padroeiro, decorando a Rua da Missa Campal, realizando a Alvorada Festiva com a queima de fogos. A cavalgada, que desperta a cidade no Dia do Padroeiro, foi incorporada na década de 50, em parceria com o Clube de Laço Nabileque, a Cavalgada de São Pedro.
Conheça um pouco mais da história da festa com registros do arquivo pessoal de Rosângela Machado: