Após denúncias de violência obstétrica, Hospital de Bonito terá protocolo de atendimento para partos

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A Prefeitura de Bonito divulgou nesta sexta-feira (12) a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Hospital Darci João Bigaton com o Ministério Público e a Defensoria Pública Estadual. Segundo nota, o documento institui uma série de procedimentos que deverão ser adotados para melhorar o atendimento as mulheres durante o trabalho de parto e será uma resposta as denúncias de violência obstétricas realizadas por pacientes no início do ano.

O documento foi assinado na manhã desta sexta-feira (12) pelo prefeito Josmail Rodrigues, o diretor do hospital, Wilson Braga, o promotor de Justiça, Alexandre Estuque e a defensora pública Thaís Sagin. Entre as mudanças que deverão ser adotadas pelo hospital a partir do termo, está o direito da gestante de ter um acompanhante de sua escolha durante todo o trabalha de parto, com prioridade para o pai que tenha participado do pré-natal,  e de escolher a posição que lhe seja mais confortável para o nascimento do bebê.

A TAC também garante a gestante uma visita agendada a local do parto, com orientações sobre protocolo de internação, métodos de alívio da dor no parto normal e o papel do acompanhante no parto, bem como informa-la sobre a possibilidade de realizar o plano de parto e a forma de protocolá-lo junto ao hospital;utilizar a sala de pré-parto como quarto PPP e promover o cuidado da parturiente neste ambiente desde o trabalho de parto, parto e primeira hora pós-parto e evitar transferi-la de ambiente durante a evolução do parto.

Outra recomendação é organizar o serviço de ouvidoria hospitalar, com o objetivo de abrir um canal de comunicação entre gestão, assistência e usuários, de forma que as reclamações e elogios sejam levados em consideração no planejamento das ações.

As puérperas terão direito a uma consulta, agendada pelo próprio hospital, em uma das unidades de saúde básica do município. O objetivo é que tenham um acompanhamento médico adequado, evitando doenças decorrentes de traumas pós-parto. Nessa consulta, as pacientes também irão responder um questionário, aplicado por profissionais da unidade que receberão treinamento pelo Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública do Mato Grosso do Sul, para que possam  indagar as mulheres sobre a experiência de parto e pós-parto. Esse documento será encaminhado ao MP.

A defensora pública destacou que a TAC é resultado de um trabalho de 4 anos e vem também como resposta as mulheres que procuram a Defensoria para relatar casos de violência obstétrica na unidade. “Nós estamos trabalho em parceria com o Hospital e o Município. Isso é muito importante destacar, porque todas as partes envolvidas tem interesse em que esse compromisso de certo. Nosso objetivo em comum é um parto mais humanizado, um atendimento de qualidade para essa mulher, essa família, que está vivendo um dos momentos mais importantes da sua vida e tem todo o direito de lembrar dele com alegria”, detalhou Thaís.

O prefeito Josmail reforçou que vai cobrar o comprimento da TAC, inclusive por parte dos servidores do Hospital. “Esse documento precisa ser de conhecimento de todo o corpo técnico do Hospital Darci João Bigaton e eu quero participar da conversa com os técnicos, enfermeiros e médicos, porque nós vamos nos responsabilizar por preparar a estrutura física e garantir conforto a gestante, mas a parte do atendimento, do respeito, depende deles e eles serão muito cobrados por isso”.

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