Guarda Municipal de Campo Grande foi levado para a delegacia após se negar a obedecer o toque de recolher em Bodoquena, na madrugada deste sábado (27). Ele ainda ameaçou os policiais militares que realizavam a fiscalização nas ruas da cidade.
Conforme o boletim de ocorrência, a equipe policial realizava rondas para cumprir o decreto municipal e estadual que garante o toque de recolher às 22 horas como medida de contenção para disseminação do novo coronavírus e se depararam com várias pessoas aglomeradas em uma conveniência da cidade.
Além de estarem na rua depois do toque de recolher, ninguém usava mascará ou respeitava o distanciamento social. Por isso, os policiais dispensaram a população e orientaram a todos que estavam na conveniência a irem para casa. A poucos metros do estabelecimento, outro grupo bebia e também foi abordado pelos militares.
Mais uma vez, os policiais orientaram as pessoas a irem embora para casa, mas uma delas questionou a ordem. O rapaz, só depois foi identificado como o guarda municipal, afirmou que iria embora mais tarde e causou um pequeno tumulto.
Após um tempo, ele se retirou do local e as equipes continuaram a dispersar o grupo. Quando conseguiram, voltaram as rondas pela cidade e poucos quilômetros depois, encontraram o mesmo rapaz sentado em uma praça, bebendo com os amigos.
A equipe abordou novamente o suspeito e mais uma vez os militares pediram para ele ir para casa. Os amigos afirmaram que iam embora, mas o guarda se negou.
Afirmando que “não estava fazendo nada”, o suspeito repetiu que não sairia da praça. Diante dos argumentos dos militares, o guarda municipal riu, afirmou que “eles não sabiam com quem estavam falando” e chegou a ameaçar. “Um policial já foi exonerado na cidade e que mais vai ser também”.
Diante da situação, o suspeito foi preso em flagrante por desobediência. Só na delegacia revelou que era guarda municipal em Campo Grande.
A equipe do Bonito + entrou em contato com a Guarda Municipal e descobriu que o servidor está afastado por licença médica há mais de 90 dias.
“Logo toda e qualquer ação ou outro ato praticado por esse servidor é pura responsabilidade do mesmo. No entanto, a Secretaria Especial de Segurança de Campo Grande, tão logo for notificada desses fatos, irá apurar mediante processo administrativo junto a Corregedoria Geral da Secretaria Municipal de Segurança”, afirmou o secretário Valério Azambuja.
A reportagem ainda apurou que existe uma medida protetiva contra o guarda municipal por violência doméstica.