Um paciente bonitense de 63 anos está há 4 dias na fila aguardando leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para ser transferido. Com complicações em decorrência da Covid-19, o homem é diabético, hipertenso, tem mal de Alzheimer e foi intubado na semana passada no Hospital Darci João Bigaton, em Bonito.
É a segunda internação do paciente em Bonito. Na primeira, em abril, ele teve complicações e precisou ser transferido para Naviraí, a 407 quilômetros de Bonito. Naviraí é um dos centros de referência no tratamento da Covid em Mato Grosso do Sul (MS). A vaga para lá ocorreu obedecendo ao Complexo Regulador Estadual (Core), que organiza a distribuição de vagas hospitalares em todo o Estado. Depois de 20 dias internado em Naviraí o paciente teve alta hospitalar e voltou para Bonito. “Chegando aqui, ele teve que ficar internado. E evoluiu pra intubação dois dias depois”, explica Wilson Braga, diretor do Hospital Darci João Bigaton.
Segundo Braga, a situação do paciente é de um quadro pós-covid. Portanto, ele se encaixa entre os pacientes que necessitam de Leito de UTI Geral. Segundo o painel de gestão de leitos do Governo de MS, a taxa de ocupação dos leitos UTI Geral é de 89,82% neste domingo, 16.
O paciente que aguarda a transferência é, atualmente, o único intubado no hospital Darci João Bigaton. Ainda assim, há uma preocupação com a escassez de medicamentos para intubação.
Segundo o diretor Wilson Braga, a unidade – como outros hospitais – tem encontrado dificuldades para adquirir medicamentos essenciais para manter pacientes intubados.
“Não se encontra medicação para intubação. Se encontramos, está inflacionado. Medicamentos que a gente comprava a R$ 12,00 ou R$ 13,00, chegam a custar hoje R$ 270,00 cada ampola”, relata Braga. “A situação está ficando crítica”, completa.
Até o fechamento desta reportagem, às 15h40 deste domingo, 16 de maio, o paciente ainda não tinha sido transferido e não havia previsão de liberação de vagas pelo Core.