A Prefeitura de Bonito, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMA), emitiu nota a população e visitantes sobre o risco em alimentar animais silvestre, destacando inclusive, ser crime ambiental, previsto na Lei Estadual de Crimes Ambientais, 5673/2021.
Conforme a nota, a ‘questão é muito séria em Bonito, porque os turistas desejam a experiência do contato com a fauna silvestre e muitas vezes incorre no uso ilegal de cevas e alimentação inadequada’. No Balneário Municipal Rio Formoso, por exemplo, já houve um tempo em que as pessoas compravam salgadinhos para oferecer aos peixes e isso rendia fotos incríveis, mas desencadeou uma grande discussão sobre a saúde dos animais e o impacto que isso estava causando em seu processo reprodutivo. Na oportunidade foi proibido qualquer tipo de alimento humano para os peixes no atrativo municipal.
O artigo 3º afirma que “Considera-se abuso ou maus-tratos contra os animais, entre outras condutas cruéis: (I…) – VIII – oferecer alimento sem autorização do órgão responsável a animais silvestres em vida livre, nas áreas públicas, privadas e Unidades de Conservação”.
Atualmente o problema são os macacos prego que invadem as mesas dos restaurantes pegando comida e bebida dos pratos, abrindo lixeiras e mexendo nas bolsas dos banhistas em busca de alimento. Um comportamento que é estimulado vez ou outra por visitantes (moradores e turistas) que compartilham seus alimentos, ou até mesmo trazem de casa frutas para os macacos.
“Esses animais já possuem suas dietas alimentares adequadas, mesmo em períodos de seca como o que estamos entrando agora. Alimentos humanos possuem açucares, sal, temperos e uma infinidade de produtos químicos que interverem na saúde bucal e biológica dos macacos, o que pode levar ao desenvolvimento de doenças que afetem todo o bando. Outro fator considerado na proibição da alimentação de fauna silvestre é que ao oferecer alimento fácil se interfere no comportamento destes animais tornando-os vulneráveis a predadores (humanos ou não), além de diminuir sua capacidade de sobrevivência na natureza, alterar seus ciclos reprodutivos, tornando-os dependentes do alimento fornecido pelos humanos.” Afirma Ana Trevelin, Secretaria de Meio Ambiente.
Ressaltamos também que os macacos pregos podem ser muito agressivos e perigosos, podendo transmitir doenças como raiva, febre hemorrágica, hepatite e tuberculose.
Oferecer cevas em atrativos turísticos ou meios de hospedagem, por exemplo, pode ser feito se apresentado projeto de manejo com tipo de alimento, horários, quantidades, pontos específicos para o órgão licenciador, IMASUL. Não havendo autorização expressa o empreendimento fica sujeito a multa ambiental.
A Prefeitura Municipal fará investimentos para ampliar a sinalização informativa para os visitantes, mas pede apoio à população para que ajudem a disseminar a informação de que é crime ambiental oferecer alimentos para a fauna silvestre.