Segundo a Coordenação de Vigilância em Saúde de Miranda, não há registros de casos de mirandenses contaminados com a nova variante do coronavírus, chamada de P.1. Nos últimos dias, boatos correram na cidade de que haveria um caso confirmado de pessoa com covid-19 em decorrência da contaminação da nova variante – informação que não foi confirmada pelas autoridades sanitárias locais.
“Mas não se pode descartar esta hipótese”, alerta a coordenadora da Vigilância em Saúde, Mileni Belido dos Santos Benites. “As pessoas que apresentarem os sintomas precisam procurar o atendimento no setor Covid do Hospital Municipal”, completa.
As autoridades sanitárias de Miranda explicam que a investigação de casos da P1 ou outras variantes do coronavírus, serão realizadas seguindo normas constantes na Nota Técnica Covid-19 Revisão 20, publicada na quarta-feira, 03, pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Conforme o documento, “a linhagem P.1 é uma variante de atenção (VOC, do inglês Variant of Concern), com circulação comunitária já reportada no estado do Amazonas e oeste do estado do Pará”. Segundo a nota a P1 é descendente da linhagem B.1.1.28 em circulação no país desde março de 2020. “Recomendamos a investigação clínico e epidemiológica dos casos e a investigação laboratorial de potenciais contactantes de pacientes que foram positivos para alguma VOC. As VOCs reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde são: B.1.1.7 (501Y.V1) – Surgiu no Reino Unido em dezembro. B.1.351 (501Y.V2) – Surgiu na África do Sul em dezembro. P.1 (501Y.V3) – Surgiu no Brasil no final de 2020”, diz a orientação oficial do Governo do Estado.
A preocupação, tanto da comunidade, como das autoridades é legítima. O primeiro caso confirmado de paciente com a nova variante P.1 em Mato Grosso do Sul é de um paciente de Corumbá, cidade que fica a 210 quilômetros de Miranda. O homem de 37 anos teve os primeiros sintomas no dia 2 de janeiro e testou positivo para o coronavírus no dia 8 do mesmo mês. Ele esteve internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) da Santa Casa de Corumbá, mas já se encontra em recuperação domiciliar.
Segundo a SES, o corumbaense contraiu a doença em Manaus, no estado do Amazonas, por isso é tratado como um caso em isolamento. A infecção, junto a outras três, estava em análise na Fiocruz, mas não existem outras confirmações de casos da P.1 no Estado.
A P.1 é mais transmissível e há evidências de que já tenha se espalhado pelo País. Ninguém estaria livre de se contaminar, já que quem já pegou a covid-19 pode ter anticorpos somente contra a outra cepa, a B.1.1.28, mais predominante no Brasil.