Por: Tania Maria Pellin
Com a chegada dos portugueses em terras brasileiras, algumas das atividades culturais que faziam parte do Continente Europeu, foram aqui propagadas.
Mencionamos aqui o “entrudo”, que a semelhança do Carnaval, era um folguedo luso-brasileiro realizado nos dias que antecedem a Quaresma. Consistia em arremessar baldes com água, ovos, areia, farinha entre outros. O mesmo deu lugar ao Carnaval dos dias atuais.
No final da década 80, início dos anos 90, os antigos moradores hão de recordar, tínhamos a “guerra dos balões”, isso mesmo, uma guerra de cores e as vezes de sabores. Entre azul, amarelo, rosa, aos poucos íamos ficando multicoloridos. Tudo acontecia, e não havia confusão! A atual praça da Liberdade, era o palco de tal peraltice. A brincadeira restringia-se em jogar balões cheios de água colorida em quem se atrevesse a passar por ali. Eram caminhonetes cheias de água, de balões, o banho era inevitável. A fuzarca, era certa. Impossível sair dessa folia sem se molhar.
E o famoso “matine” no inesquecível Clube Lago Azul ou no Clube do Laço, poucos hão de recordar. O carnaval na Pilad Rebuá, puxa, o trenzinho ao som das marchinhas de carnaval, quanta alegria, ali tinha alegria, inocência, eram crianças e adultos a divertir-se.
Mas, como tudo um dia cai no esquecimento, tal folguedo deixou de existir. Nos esquecemos das saudáveis brincadeiras na praça central. Amadurecemos, deixamos de ser aquele povo simples do interior com seus costumes. Demos espaço a modernidade, que aos poucos foi modificando nossas raízes. E a beleza, a graça, o divertimento cessou. Para Pedroso (1999), “Um povo que não tem raízes acaba se perdendo no meio da multidão. São exatamente nossas raízes culturais, familiares, sociais, que nos distinguem dos demais e nos dão uma identidade de povo, de nação. ”
Precisamos conhecer nossas raízes, nossa identidade, valorizar o que em outrora fazia parte da sociedade local, transmitir para as gerações futuras, tudo que era vivenciado nesta terra em outrora, evitando assim o esquecimento. Não podemos deixar adormecido no passado tudo que vivemos. Precisamos resgatar nossa cultura, para que a memória do povo bonitense continue a abrasar.
Como bonitenses, que possamos trazer de volta ao nosso povo, a alegria do passado, vivido em nossas calçadas, ruas e praças, a saudável brincadeira das águas, que faz jus a beleza das águas que fomos agraciados.
Que ao som das águas, que enchiam os balões, possamos nos divertir e celebrar a vida, celebrar Bonito das águas claras, Bonito muito Bonito!