Por Tania Maria Pellin
O ser humano vive atualmente, em um contexto cercado de inseguranças. São elas, no propósito de vida, na profissão, no amor, no que esperar do amanhã, enfim, são tantas informações que afetam o nosso cotidiano, que não conseguimos definir com convicção a origem. Diante desse fato, atribuímos como vilãs a globalização e a tecnologia.
Segundo Durkheim, “os problemas sociais tinham sua origem na ausência de
normas. O mundo moderno, que trouxe liberdade aos indivíduos, trouxe também
excesso de egoísmo e individualismo. Os códigos morais entraram em declínio, e a
falta de orientações morais gerou a falta de regras”
Este é o “mundo moderno” ao qual fazemos parte. Mundo este, em que o individualismo se destaca cada dia mais. Onde o olhar pelo próximo deixou de ser algo sublime, só se vê o próximo, quando este tem algo a oferecer. Algo do qual se tire benefício em prol de um ideal. Estamos longe, do que seria uma sociedade perfeita e justa.
Muitos não aceitam as normas impostas pela família e se rebelam, deixando-se seduzir por um mundo alheio ao que até então conhecia. Se perdem em seus devaneios e não conseguem retornar.
Alguns por opção, por não aceitarem os princípios morais, fogem as leis, as normas, e vivem como mochileiros sem terem um lar, um porto seguro. Não critico, acho que todos somos livres e podemos escolher o que julgar melhor.
Viver em uma sociedade de aparências, muitas vezes não condiz com o que realmente pensamos. Ao analisarmos a vida de outrem, não imaginamos o conjunto de circunstâncias quem envolvem a vida do mesmo. Julgamos o que vemos. As aparências falam, e nem sempre, é o que pensamos.
E o que pensamos? O que esta geração atual pensa sobre a vida, em estar aqui, em fazer parte do cosmo? Do universo? Será que entendem o verdadeiro sentido da sua existência?
“Mudanças profundas ocorreram no mundo com a globalização. Essas mudanças afetaram a cultura, a tecnologia, a saúde e nossas relações sociais. Assim,
os grandes avanços tecnológicos nos transformaram em uma sociedade da informação. (GADOTTI, 2000).
Eis a questão, informação não é conhecimento. As informações chegam numa velocidade jamais imaginada, a última década, traz consigo um excesso de informações não confiáveis, já estarmos acostumados às facilidades e à rapidez do mundo tecnológico, e, esquecemos de verificar a veridicidade na informação recebida.
Nos deparamos com jovens angustiados, típico dos dias atuais, e deduzimos: “saber demais é um problema”. Vivenciamos a juventude pisando em um chão como de areia movediça, sem firmeza, não conseguem assimilar tudo que absorvem na mídia. O dia, é pouco para fazerem tudo que desejam. É como se os ponteiros do relógio girassem mais rápido, o tempo escapa pelos vãos dos dedos. Os dias estão se abreviando. A velocidade encurtou o tempo e o espaço. Escutamos consecutivamente a célebre frase “ não deu tempo”.
Precisamos reaprender, diante de tal modernidade e de tantos afazeres, a reprogramar nossa rotina. Filtrar as informações, buscar conhecimento, e claro, deletar tudo que não acrescenta. Dessa forma, estaremos aptos, mais seguros ao desempenhar determinada função, e, acrescentaremos na atual “sociedade moderna” inserida num Mundo Contemporâneo.