Tania Maria Pellin
O Livro de Eclesiastes, tido por muitos, como sendo escrito por Salomão, um dos homens mais sábios a pisar na terra; a meditar sobre a vida humana, concluiu que tudo é ilusão, e tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Nossa estadia é breve, estamos aqui por um propósito, se iremos conseguir realizar ou não, depende da fé, da certeza nas coisas que não conseguimos visualizar, para que tudo possa se fazer e o propósito se cumpra. Sendo assim, as coisas do mundo se tornam ilusão. Eclesiastes, é o livro do homem sem Deus, mas que depois de seus sucessos e insucessos, esperanças e desesperos, se volta para as verdades consoladoras de Deus. Este é o seu tempo de reencontro com Deus, é o tempo de Eclesiastes e da sabedoria.
Para Santo Agostinho, no Livro XI das Confissões, sendo Deus o criador de tudo é também o criador de todos os tempos, o tempo existe na mente, o passado não existe mais, o futuro ainda não existe e o presente é fugaz, mistura passado e futuro.
Sendo assim, o homem é estudado no tempo e espaço. Este homem sonha em fazer a história; quando acha oportuna a faz. Decorrido alguns anos, ele a conta da maneira que lhe convém, ocultando fatos que julga obscuro, ou que denigre sua imagem. Ou seja, o que não lhe favorece, não deve ser exposto.
E assim, no decorrer do tempo, a história da humanidade na Terra, vai sendo contada. Passamos por vários períodos de tempo classificados pelo homem como: Pré-História, Idade Antiga, Média, Moderna e Contemporânea, todas relatam vivências do ser humano, sua evolução, suas crenças, seus conhecimentos e sua ação em sociedade.
Idade Contemporânea, nosso tempo, episódios fortes marcam a época em que estamos, a tecnologia sendo usada em prol da vida, mas ao mesmo tempo também para a destruir. O homem se supera, as invenções se multiplicam, se renovam a cada dia. Mas vejo que nesta fase o ser humano esquece de “Ser Humano”, mata, rouba, usurpa, silencia seus princípios morais, deixando a conduta em sociedade medíocre, em restrição ao que diz respeito ao bem em oposição ao mal, ou correto em oposição ao errado. De repente tudo é normal. Os valores se perdem.
Tantas vezes ouvimos e reproduzimos a frase de Ruy Barbosa que trata de seu desencanto perante a aptidão humana negativa, “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. Infelizmente já chegamos a este tempo.
Estamos no princípio do século XXI, podemos no agora fazer a história, contá-la de maneira que engrandeça a obra da criação divina. Elie Wiesel salienta “Deus fez o ser humano porque ama história.” Podemos perceber estas histórias registradas em inúmeros aspectos, sendo contadas em poesias, músicas, romances entre outras.
O mundo na atualidade precisa de mais reciprocidade, de humildade, generosidade, empatia, altruísmo. Se nos conformarmos com o hoje, talvez nossos filhos não conheçam a esperança em um amanhã.
Este é o nosso tempo, cabe a cada um de nós mudar as situações ao nosso redor, praticar o mandamento deixado pelo grande Mestre, “Ame o seu próximo como a si mesmo’” Marcos 12:31. Ao amarmos o semelhante somos empáticos, nos colocamos em seu lugar, muito seria evitado se este mandamento fosse cumprido.
Este é o seu tempo, tempo de escrever uma nova história.