Por Tania Maria Pellin
Pare por um instante com seus afazeres, com seus objetivos e comece a observar ao entorno. Começarás então a perceber que na correria, na pressa de concluir todas as tarefas do dia, deixamos de observar os pequenos detalhes, deixamos de fazer o que realmente importa.
Não olhamos nos olhos de quem amamos, evitamos o olhar com medo que, ao perceber o que eles tentam falar, acabe por desviar o tempo que já está totalmente programado.
Na correria, deixamos de agradecer pelas bençãos diárias – e digo, são muitas, mas nem as percebemos. Não elogiamos quem está a todo instante ao nosso lado, apoiando-nos, ajudando-nos e impulsionando a prosseguir. Deixamos de ser humanos. Comportamo-nos como se fossemos imortais. Mas será que somos? Por quanto tempo lembrarão da nossa pessoa quando nos fizermos ausentes?
E num instante observamos que “as coisas” começam a desacontecer.
Observamos o raiar do sol, e como logo a tarde, a noite chega, e ela vem com força, não se importa se conseguimos ou não concluir o que tínhamos planejado. Simplesmente chega. Deixa tudo escuroe sobrio.
E na natureza, não é diferente, vemos uma grande onda vindo em direção a praia, mas de repente, ela vira espumas… se quebra entre rochas e areia.
A semente, deixa de existir no momento em que é lançada ao solo, seja por mão de alguem ou por ação do vento. Ela germina, vira planta. Deixou de existir.
Nós humanos, tememos, temos medo, mas mudamos, a coragem aparece e o medo desaparece.
Tudo desacontece.
No livro de Genesis 2:7 encontramos uma passagem que explica o folêgo de vida no homem, “Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente.” E este homem vive, corre, faz tantos projetos, mas sem ser avisado, sem esperar este fôlego de vida foge por entre os dedos .Lhe é tirado. Deixamos de existir no mundo físico. Viramos saudades. A vida humana então desacontece.
Não eramos semideuses, nem imortais. Pensavamos poder tudo. Afundamos o pé no acelerador da vida. E quando estamos no auge, somos surpreendidos… desacontecemos.
Tinhamos tantos planos, família, amores, trabalho e, tantos outros compromissos e repentinamente tudose desfaz, acaba ficando entre poeira esquecido num canto qualquer. Os sonhos eram nossos.
Os projetos não se finalizam.
O amor é tomado do ser amado. A família em meio ao desempero chora, lamenta. Ouvimos vozes de arrependimento “podia ter amado mais”, “deveria ter lhe contato o quando era importante para mim”, e tantos outros. Mas não deu tempo, guardamos as falas não ditas e lamentamos depois.
Triste, mas estamos ocupados demais com o que julgamos ser importante. Nos esquecemos de quão frágil a vida é.
Se você teve a oportunidade de ler este texto, ainda há tempo para você. Faça a diferença na vida de quem ama enquanto a vida ainda acontece.

