Teve início nesta segunda-feira (14) em todo o estado a Campanha Nacional para Coleta de DNA de Familiares de Desparecidos, realizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio da Coordenadoria-Geral de Perícias (CGP) e Polícia Civil, via Delegacia Especializada de Homicídios (DEH).
O objetivo da campanha que segue até a próxima sexta-feira (18), é auxiliar na identificação de pessoas desaparecidas, através da coleta de materiais biológicos de familiares, com o intuito de alimentar o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) e realizar buscas por meio de cruzamento de dados.
Nos últimos 5 anos foram registradas em Mato Grosso do Sul 7.770 ocorrências de desaparecidos, 3.148 delas somente em Campo Grande. Familiares dessas pessoas podem procurar um dos 13 postos de coleta espalhados em Campo Grande e no interior para fornecer material genético.
“Só este ano já são mais de 409 registros de desaparecimentos no estado, então aderimos a essa campanha do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para darmos uma resposta às famílias que vivem esse drama”, afirma o secretário Adjunto de Justiça e Segurança Pública, coronel Ary Carlos Barbosa.
Conforme a diretora do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF), Josemirtes Prado da Silva, a coleta que será feita de maneira massiva até sexta-feira, é voluntária e totalmente gratuita. “O fornecimento de material genético não tem qualquer custo para as famílias e deve ser feito preferencialmente por parentes de primeiro grau dos desaparecidos, como pai, mãe, filhos e irmãos”, destaca.
O DNA do próprio desaparecido também poderá ser extraído de itens de uso pessoal, tais como: escova de dentes, escova de cabelo, aparelho de barbear, aliança, óculos, aparelho ortodôntico, dente de leite e amostra de cordão umbilical, caso exista.
A diretora do IALF orienta que esses materiais sejam entregues nos pontos de coleta da Campanha, que em Campo Grande funcionará na Coordenadoria-Geral de Perícias e na Delegacia Especializada de Homicídios (DEH) e no interior do estado, nas Unidades Regionais de Perícia e Identificação em Três Lagoas, Aquidauana, Coxim, Nova Andradina, Naviraí, Dourados, Corumbá, Ponta Porã, Paranaíba, Naviraí, Jardim e Costa Rica.
Existem hoje em Mato Grosso do Sul em torno de 80 ossadas humanas sem identificação. “Se tivermos material genético das famílias dos desaparecidos em pouco tempo poderemos identificar a maioria dessas pessoas, dar andamento aos procedimentos policiais e esclarecer essas mortes”, enfatiza o titular da Delegacia Especializada de Homicídios, delegado Carlos Delano.
Todo o material recolhido durante a Campanha será utilizado com a finalidade exclusiva de identificação de pessoas desaparecidas, por intermédio do Banco Nacional de Perfis Genéticos, que é coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Pós doação
Após a doação do material, os peritos irão analisar a amostra coletada para realizar o cadastro do perfil genético no banco de dados. Com a amostra cadastrada, será realizado o cruzamento com os dados do banco, que é atualizado diariamente com perfis genéticos de pessoas vivas desconhecidas e de pessoas falecidas não identificadas de todo o Brasil.
Caso seja identificado um possível parentesco com os dados de alguma pessoa encontrada viva ou morta, os peritos informarão a Polícia Civil ou ao Instituto Médico Legal (IML). No caso do resultado positivo para uma pessoa viva, a família será informada sobre a localização da pessoa. No caso de positivo para alguém falecido, o IML entrará em contato com os familiares para realizar os procedimentos legais.
Fonte: Sejusp