A bancada federal de Mato Grosso do Sul se reuniu com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na manhã deste sábado, 27, para relatar o colapso hospitalar do estado para o tratamento de pacientes de covid-19.
Participaram da reunião virtual os senadores Nelsinho Trad (PSD), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronick (PSL) e os deputados federais Fábio Trad (PSD), Luiz Ovando (PSL), Beto Pereira (PSDB), Bia Cavassa (PSDB) e Rose Modesto (PSDB).
O senador Nelsinho Trad, coordenador da bancada federal, alertou para a gravidade da situação. “Tenho recebido inúmeras demandas de todos os hospitais de Mato Grosso do Sul pedindo a mesma coisa: medicamentos com urgência”, disse.
A senadora Simone Tebet disse ao Ministro Marcelo Queiroga: “Estamos com índices alarmantes de contaminação, transmissão e morte em decorrência do coronavírus em Mato Grosso do Sul. Somos um estado de fronteira, recebemos uma grande pressão por serviços públicos advinda da população dos países vizinhos. Por isso, precisamos de um número maior de medicação e vacinas”.
A senadora Soraya Thronicke endossou o relato de Nelsinho e Simone: “Também estou sendo muito demandada no sentido da urgente necessidade de medicação”.
Mato Grosso do Sul está com 111% de ocupação nos leitos de UTI covid. Todos os hospitais estão colapsados, com escassez do kit de intubação e de sedativos básicos. A situação é ainda pior porque MS atende moradores das cidades irmãs da fronteira, o que gera um excedente de cerca de 30% não previstos nos cadastros do Ministério da Saúde.
São 12 municípios em fronteira com Paraguai e Bolívia e 44 municípios considerados como faixa de fronteira. Paraguaios e bolivianos com dupla nacionalidade também pressionam a demanda de atendimento médico em MS. Ponta Porã, por exemplo, faz divisa seca com Pedro Juan Caballero (Paraguai). Sua população é de cerca de 94 mil habitantes segundo o IBGE, porém no cadastro no Sistema Nacional do SUS constam 130 mil pessoas. Em Corumbá/Ladário também há pressão semelhante por atendimento devido a fronteira com Porto Quijarro (Bolívia).
Os parlamentares da bancada disseram a Marcelo Queiroga que tal acréscimo populacional precisa ser computado nas estimativas de encaminhamento de Kits de intubação ao Mato Grosso do Sul pelo Ministério da Saúde. MS já está em estado de colapso devido à escassez de neurobloqueadores e sedativos nos leitos dos hospitais de referência para tratamento de covid-19.
A deputada Bia Cavassa acrescentou que Corumbá atende ainda a toda a região do Pantanal sul-mato-grossense: “Precisamos habilitar novos leitos para Corumbá com urgência”, solicitou.
Os deputados Beto Pereira, Rose Modesto, Luiz Ovando e Fábio Trad fizeram coro nas reivindicações.
“Somos de um estado pequeno, mas estamos em situação grave porque temos 111% dos leitos ocupados”, comentou o deputado Beto Pereira.
“Falo por Campo Grande e pelo interior. A situação é igual em todo lugar que estamos acompanhando e precisamos do apoio imediato do governo federal”, disse a deputada Rose Modesto.
Fábio Trad se colocou à disposição do Ministério da Saúde para agilizar a tramitação de medidas jurídicas na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados necessárias ao enfrentamento do colapso hospitalar em todo o país. “Mas nossa prioridade agora é o Mato Grosso do Sul para pôr fim ao caos que estamos vivendo”.
O deputado Luiz Ovando, que é médico, ressaltou a importância da prevenção e solicitou atenção às medidas preventivas e ao encaminhamento também de medicamentos necessários para evitar a intubação dos pacientes. “A bancada está unida no mesmo sentido de solicitar o aumento da medicação do Kit covid, do Kit intubação e, especialmente, da ampliação das doses de vacina destinadas ao Mato Grosso do Sul”, disse.
O ministro da saúde Marcelo Queiroga recebeu o ofício entregue pelo coordenador da bancada, Nelsinho Trad, com a lista do que está em falta no estado. A solicitação foi encaminhada pelo secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, com os nomes e quantitativos dos medicamentos necessários para o pronto atendimento dos pacientes de Covid-19. Diante de todo o apelo, o ministro se sensibilizou e disse que iria olhar com atenção o pleito da bancada federal para avaliar a inclusão do Mato Grosso do Sul na nova pauta de distribuição dos medicamentos que ocorrerá na segunda-feira.