Bonito está entre os 21 municípios que receberam nota A
Levantamento feito com base em dados da Secretaria do Tesouro Nacional, atualizados em 29 de julho, pode ajudar o eleitor na hora da escolha do candidato a prefeito de seu município. Os dados mostram o fator de credibilidade do município diante dos investidores nacionais, considerando três indicadores: endividamento, poupança corrente e índice de liquidez, ou numa linguagem mais popular, como as contas públicas estão sendo administradas pela atual gestão.
O estudo indica que 54,4% das 79 prefeituras de Mato Grosso do Sul (43) apresentaram situação fiscal confortável em 2023. Já 45,6% delas (36) tiveram resultado negativo, como nota C, ou não prestaram informações ao Tesouro, conforme determina a legislação.
Embora o Governo federal tenha criado o índice sobre a Capacidade de Pagamento (Capag) para definir quais entes podem solicitar empréstimo com aval da União, é o instrumento que melhor avalia a situação fiscal de Estados e municípios.
A Capag é formada por três indicadores: endividamento, poupança corrente e índice de liquidez. “Logo, avaliando o grau de solvência, a relação entre receitas e despesa correntes e a situação de caixa, faz-se diagnóstico da saúde fiscal do Estado ou município”, observa documento do órgão responsável pela análise das contas públicas do país.
O levantamento exclusivo foi realizado pelo site MS em Brasília com base em números, dados e informações técnicas prestadas pelos municípios, os quais sustentam os conceitos sobre “boa” ou “má” condução fiscal das contas públicas.
Não inclui, por exemplo, análise sobre popularidade do gestor, ou mesmo possível envolvimento em denúncias de irregularidades, corrupção ou improbidade administrativa. Também não leva em conta se o prefeito ou prefeita investe mal o dinheiro dos impostos e das transferências constitucionais recebidas do Estado e da União.
No topo
O levantamento do MS em Brasília coloca dois municípios no topo do ranking: Iguatemi, administrada por Lídio Ledesma (PSDB), e São Gabriel do Oeste, do prefeito Jeferson Luiz Tomazoni (PSDB), tiveram nota A+, a maior de todas.
Além de avaliações positivas sobre os indicadores fiscais, essas cidades estão bem-posicionadas no ranking de informação contábil da Secretaria do Tesouro Nacional.
Com nota A, a segunda melhor avaliação, aparecem 21 municípios. Outros 20 tiveram nota B. Com isso, Mato Grosso do Sul tem 43 prefeituras aptas a buscar aval da União em caso de pedido de empréstimo. Mais do que isso, indica boa saúde fiscal e financeira.
MELHORES administrações com nota A em 2023
CIDADE | PREFEITO | SIGLA |
Aparecida do Taboado | José Natan | Pode |
Bonito | Josmail Rodrigues | PSDB |
Brasilândia | Antonio de Pádua | MDB |
Camapuã | Manoel Eugênio Nery | PP |
Caracol | Carlos Pagliosa | PSDB |
Cassilândia | Valdecy Pereira da Costa | PSDB |
Chapadão do Sul | João Carlos Krug | PSDB |
Figueirão | Juvenal Consolaro | PSDB |
Itaquiraí | Thalles Thomazelli | PSDB |
Jaraguari | Edson Nogueira | PSDB |
Jateí | Eraldo Jorge Leite | PSDB |
Laguna Carapã | Ademar Dalbosco | PP |
Nova Andradina | José Gilberto Garcia | PL |
Novo Horizonte do Sul | Aldenir Barbosa | PSDB |
Paraíso das Águas | Anízio Andrade | PP |
Pedro Gomes | William Luiz Fontoura | PP |
Santa Rita do Pardo | Lúcio Calixto Costa | PSDB |
Sete Quedas | Francisco Piroli | PSDB |
Sonora | Enelto Ramos da Silva | PP |
Tacuru | Rogério Torquetti | PSDB |
Três Lagoas | Ângelo Guerreiro | PSDB |
Fonte: Tesouro Nacional | Levantamento: MS em Brasília |
Já as prefeituras que tiveram notas negativas, C ou que não prestaram informações exigidas pela legislação, somam 36, entre elas Campo Grande. A capital enfrenta avaliações reprovadas desde 2017, quando o Tesouro Nacional passou a acompanhar a situação dos entes nacionais de forma mais ágil e objetiva.
MELHORES administrações com nota B em 2023
CIDADE | PREFEITO | SIGLA |
Antônio João | Agnaldo Marcelo | PSDB |
Batayporã | Germino da Roz Silva | PSDB |
Bodoquena | Kazuto Horii | PSDB |
Caarapó | André Luiz Nezzi | PSDB |
Corumbá | Marcelo Aguilar Iunes | PSDB |
Costa Rica | Cleverson Alves | PP |
Dourados | Alan Guedes | PP |
Glória de Dourados | Aristeu Pereira Nantes | PSDB |
Japorã | Paulo César Franjotti | PSDB |
Jardim | Clediane Areco | PP |
Juti | Gilson Marcos da Cruz | PSDB |
Ladário | Iranil de Lima Soares | PP |
Naviraí | Rhaiza | PSDB |
Nioaque | Valdir Couto de Souza | PSDB |
Paranaíba | Maycol Queiroz | PSDB |
Ponta Porã | Eduardo Esgaib | PSDB |
Rio Brilhante | Lucas Foroni | MDB |
Rio Verde | Réus Sabedotti | PP |
Sidrolândia | Vanda Cristina Camilo | PP |
Taquarussu | Clovis do Nascimento | PSDB |
Fonte: Tesouro Nacional | Levantamento: MS em Brasília |
Nesse período, Campo Grande foi uma das capitais com pior desempenho. Em 2021, por exemplo, durante a gestão do então prefeito Marquinhos Trad (PDT), a cidade esteve à beira da insolvência, situação mencionada em boletim da Secretaria do Tesouro Nacional (ver aqui).
PIORES administrações com nota C ou com informações inconsistentes (n.e / n.d) em 2023
CIDADE | PREFEITO | SIGLA | |
Água Clara | Gerolina da Silva Alves | PSDB | |
Alcinópolis | Dalmy Crisóstomo | Não localizada | |
Amambai | Edinaldo Bandeira | PSDB | |
Anastácio | Nildo Alves de Albres | PSDB | |
Anaurilândia | Edson Takazono | PSDB | |
Angélica | Edison Cassuci | PSDB | |
Aquidauana | Odilon Ribeiro | PSDB | |
Aral Moreira | Alexandrino Arévalo | PSDB | |
Bandeirantes | Edervan Sprotte | PP | |
Bataguassu | Akira Otsubo | MDB | |
Bela Vista | Reinaldo Miranda | PSDB | |
Campo Grande | Adriane Lopes | PP | |
Corguinho | Marcela Ribeiro Lopes | PSDB | |
Coronel Sapucaia | Rudi Paetzold | MDB | |
Coxim | Edilson Magro | PP | |
Deodápolis | Valdir Luiz Sartor | MDB | |
Dois Irmãos do Buriti | Wlademir Volk | PT | |
Douradina | Jean Clavisso Fogaça | PSDB | |
Eldorado | Aguinaldo dos Santos | Patriota | |
Fátima do Sul | Ilda Salgado Machado | PP | |
Guia Lopes da Laguna | Jair Scapini | PSDB | |
Inocência | Antonio Angelo Garcia | PP | |
Itaporã | Marcos Pacco | PSDB | |
Ivinhema | Juliano Barros Donato | PSDB | |
Maracaju | José Marcos Calderan | PSDB | |
Miranda | Fabio Santos Florença | PSDB | |
Mundo Novo | Valdomiro Brischiliari | PSDB | |
Nova Alvorada do Sul | José Paulo Paleari | PP | |
Paranhos | Donizete Viaro | PSDB | |
Porto Murtinho | Nelson Cintra Ribeiro | PSDB | |
Ribas do Rio Pardo | João Alfredo Danieze | PT | |
Rio Negro | Cleidimar Camargo | PSDB | |
Rochedo | Francisco de Paula | PSDB | |
Selvíria | José Fernando | PSDB | |
Terenos | Henrique Budke | PSDB | |
Vicentina | Marcos Benedetti | PSDB | |
***Pode haver pequenas distorções em relação ao partido a que está vinculado determinado gestor em razão de mudanças partidárias sem atualização das biografias. Pode haver ainda diferença entre o nome registrado na Justiça Eleitoral e o divulgado em sites de entidades ligadas aos prefeitos, como a Assomasul. |
Fonte: Tesouro Nacional | Levantamento: MS em Brasília |
PSDB hegemônico
Comandados pelo ex-governador Reinaldo Azambuja, os tucanos administram 64,5% dos 79 municípios, ou 51 prefeituras. Desse total, 28 prefeitos tiveram a gestão aprovada em 2023 pelo Tesouro Nacional, com notas A+, A e B.
Outras 23 prefeituras geridas pela agremiação foram reprovadas ano passado, com nota C, ou porque não prestaram informações exigidas pelo Tesouro Nacional.
O PP da senadora Tereza Cristina é o segundo com maior número de prefeitos. São 16 gestores progressistas, dos quais dez com notas A e B, ou 62,5%, percentual de boa gestão pouco inferior ao dos tucanos.
Bem atrás, com apenas cinco prefeituras, está o MDB, presidido pelo ex-senador Waldemir Moka. Desse total, três tiveram nota C e foram reprovadas e duas aprovadas com notas A ou B.
PSDB e PP vão medir forças nos dois principais colégios eleitorais do Estado. Em Campo Grande, o tucano Beto Pereira e a progressista Adriane Lopes tiveram as candidaturas oficializadas. Já Alan Guedes, do PP, e Marçal Filho, do PSDB, vão se enfrentar em Dourados.
Outro lado
O MS em Brasília abre, desde já, espaço para que cada um dos 79 municípios se manifeste. Esclarece que não ouviu seus representantes porque o levantamento do Tesouro Nacional é elaborado com base nos dados fornecidos pelas próprias prefeituras. Portanto, cada município tem conhecimento dos números e análises divulgados neste material.
Com informações de MS em Brasília – www.msembrasilia.com