Bonito 73 anos: Santo de casa faz milagre sim

Últimas Notícias

No aniversário de 73 anos da Capital do Ecoturismo de Mato Grosso do Sul, o Bonito Mais ouviu pessoas que fizeram e fazem parte dessa história. Se desse a gente contaria um pouquinho da vida de cada um, mas fizemos o melhor para escolher personagens que representam os bonitenses de hoje. Gente guerreira, que faz e acontece e que está aí para mostrar que Santo de casa faz milagre sim!

Nosso primeiro personagem é de família tradicional da pecuária bonitense, que decidiu dar uma agitada em casa e investir no turismo, mudando inclusive, a forma dos pais enxergarem o setor. Filho do seu João Tito e da Dona Maria Marli, Igor Vargas é nascido e criado em Bonito, mais especificamente entre os pastos da Fazenda Guajuira e as águas do Rio Mimoso.

E foi nelas que ele percebeu a oportunidade de mudar um pouco a fonte de renda da família. “Eu trabalhei em atrativo quando era mais novo e sempre teve dentro da gente essa vontade de investir no turismo, mas foi na faculdade de Administração de Empresa que eu comecei a projetar isso de uma forma mais concreta e durante uma viagem a Campo Grande, no final de 2019, eu e meus pais fomos conversando sobre o assunto, até que consegui convence-los a entrar nessa”, explica.

Para Igor o desafio maior foi mostrar para os pais que eram necessários investimentos no local e um plano de trabalho. “Desde o começo eu quis fazer tudo certo, então fui atrás das licenças ambientais, não construímos uma trilha sequer sem autorização, de pessoas para me ajudarem com os planos de biossegurança e com todos os tramites legais. Vendemos um gado e preparamos o local durante pouco mais de um ano”, detalha o administrador ao explicar que a pandemia na verdade serviu como um período de construção do projeto, para que tudo começasse da melhor forma.

“A gente não se assustou muito com a pandemia porque como meu pai costuma dizer: ‘tudo que começa um dia acaba’, então era certo que essa crise iria passar, como está acontecendo e que quando voltasse, talvez o turismo fosse ainda mais forte. Aí aproveitamos esse tempo de fechamento para estruturar o passeio, implantamos o Sistema de Gestão de Segurança (SGS) e abrimos em junho deste ano, sempre focando no atendimento de qualidade”.

O Recanto das Águas está localizado a 15 km de Bonito, pela MS-178, sentido Bodoquena. São 11 cachoeiras no Rio Mimoso, com 8 paradas para banho, piscinas térmicas, restaurante e até passeio de trator, que tem sido uma atração à parte para as crianças. A trilha margeia o rio, quase que em toda a extensão e fica dentro de uma reserva, garantindo também a contemplação de animais da fauna bonitense.

Uma delícia bonitense – Outra história que merece ser contada é da Maria Helena Gomes. Em Bonito desde sempre, ela foi a luta cedo e já fez de tudo um pouco. Trabalhou no comércio, no turismo, no setor público e até fotografou muita gente por aí. Como boa mãe, encarou o que precisava para criar a filha única, Jéssica, e não deixar nada faltar em casa.

Seu último emprego foi na prefeitura de Bonito, mas como a política é montanha russa, a vida deu aquela revira volta e ela saiu meio perdida. “Eu tive que enfrentar uma depressão, não foi fácil me achar, mas graças a Deus, tenho uma família maravilhosa, que me apoiou em tudo e depois de um longo processo, consegui me encontrar, em um lugar que eu nem imaginava”, conta.

Embora sempre tenha gostado de cozinhar, nunca imaginou que faria da culinária sua fonte de renda. “A Jéssica e meu genro foram os grandes responsáveis por isso. Eles vieram um dia e falaram, vamos investir nisso. Aí fizeram uns doces e saíram vender nas lojinhas e em menos de 2 horas voltaram sem doces e com dinheiro na mão. Foi aí que eu vi que era um mercado que podia dar certo” detalha.

Maria Helena conta que primeiro tentou pratos congelados, como lasanhas e nhoques, mas que nas buscas pela internet para achar algo diferente, se encantou com a história de uma boleira e acabou comprando a ideia. “Na verdade eu sempre fiz bolos, mas nunca imaginava que isso poderia se tornar meu sustento. Claro que ainda estou começando, estou alguns meses só nesse mercado, mas tem dado muito certo e já tem um milhão de planos. Bonito é maravilhoso, as pessoas me receberam muito bem e estou muito feliz”, finaliza.

Inovação – Para encerrar, uma história com três personagens. Bruno Sanches, Flavio Henrique Xavier e Eron Assis Filho.  Os três cresceram jogando bola na mesma rua e hoje são sócios na empresa Gopro Bonito, que aluga câmeras subaquáticas para que os visitantes possam aproveitar ao máximo os passeios em Bonito.

Quando surgiu, a ideia parecia só mais uma daquelas que tem tudo para dar certo, mas é meio louca de mais, mesmo porque os três já tinham outras profissões e entrar no mercado do turismo poderia ser algo cansativo de mais. “Mas guri parado não vende picolé”, como costuma dizer um amigo em comum do trio, então eles decidiram arriscar.

No começo eram poucas máquinas e o atendimento ao cliente era realizado de forma improvisada, ora na loja de um, ora no escritório de outro. Porém o negócio cresceu tanto que exigiu investimentos, seja em equipamentos, ou em um espaço próprio.

Na verdade as águas de Bonito combinaram com a ideia e tudo fluiu perfeitamente para que a empresa e a marca ganhassem força e hoje é difícil quem passe por Bonito e não procure uma forma de eternizar os momentos de baixo d’água.

Notícias Relacionadas

PMA inicia operação com foco na prevenção e repressão à pesca predatória

A PMA (Polícia Militar Ambiental) começa nesta quinta-feira (28) a Operação Semana Santa, com reforço da fiscalização nos rios...