“Uma das pessoas presas tentou tirá-lo do perímetro”, afirmou o secretário de segurança de Goiás, Rodney Miranda
Duas pessoas foram presas acusadas de ajudar Lázaro Barbosa na fuga em Girassol (GO). A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança, Rodney Miranda, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (24/6). “Nós fechamos o perímetro. A probabilidade de ele ter saído é muito pequena”, disse o chefe da pasta, completou: “Uma das pessoas presas tentou tirá-lo do perímetro”.
Os dois presos serão levados para a Central de Flagrantes de Águas Lindas. Eles foram autuados por porte ilegal de armas e facilitação da fuga de preso. A força-tarefa não exclui a possibilidade de outras pessoas terem ajudado o criminoso.
Segundo o secretário, as provas são “contundentes” e os policiais identificaram uma casa onde estavam os dois homens acusados de ajudar na fuga do criminoso. Um deles estava com as armas que Lázaro roubou em Cocalzinho (GO), duas espingardas garruchas calibre 22, com 50 munições. Apesar disso, a força-tarefa acredita que Lázaro ainda esteja no perímetro delimitado pelos policiais, pois confirmou que a denúncia de uma testemunha que afirmou tê-lo visto na área hoje.
Em contato com a mãe, Eva Maria, dois dias depois do assassinato de uma família em Ceilândia, Lázaro afirmou que não havia agido sozinho. A perícia no carro, serrote e lençol encontrados na mata ainda não foi concluída, mas os investigadores acreditam que o veículo incendiado não tem relação com o caso.
Mais cedo, foi registrada intensa movimentação das forças de segurança para encontrar pistas do foragido. No início do dia, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar de Goiás continuaram a montar bloqueios ao longo da BR-070. Entre Águas Lindas e Girassol, todos os veículos foram parados e vistoriados em ao menos dois pontos de retenção policial.
Por volta das ,15h, as viaturas das polícias civil e militar fecharam uma estrada de terra na chegada ao distrito de Girassol, próximo a Cocalzinho. Helicópteros se juntaram à operação, que durou toda a tarde e entrou pela noite. A movimentação ocorreu após moradores afirmarem ter visto um homem no local. “Correu para a mata”, disse uma moradora. Cerca de 30 viaturas caracterizadas rondaram a região e o secretário de Segurança Pública de Goiás esteve presente. Durante a entrevista coletiva, ele afirmou que este foi o momento em que um dos suspeitos de colaborarem com Lázaro foi preso.
Em meio às investigações, o advogado Wesley Lacerda, que representa a família de Lázaro, afirmou, em entrevista ao Correio, que tenta entrar em contato com o foragido para convencê-lo a se entregar. Ele chegou a colocar créditos em dois celulares que podem estar com o criminoso.
Buscas há 16 dias
As buscas por Lázaro tiveram início em 9 de junho, quando a polícia começou a investigar um triplo homicídio no Incra 9, em Ceilândia . Pai e dos dois filhos foram e encontrados mortos e a mãe da família não estava no local . O incidente Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, e os filhos dele, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, eram as vítimas. Cleonice estava desaparecida.
No fim da tarde, a Polícia Civil do DF divulgou a foto de Lázaro Barbosa de Souza e o confirmou como suspeito de cometer os crimes em Ceilândia Norte. A descoberta foi feita a partir de impressões digitais encontradas na chácara. Com a identidade, a ficha de Lázaro foi levantada, com um histórico recente de agressões.
Em 26 de abril, Lázaro cometeu estupro e roubo contra uma mulher que abordou na rua. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Já em 17 de maio, ele invadiu outra chácara, próxima à da família assassinada. Nela, amarrou as vítimas e as ameaçou com revólver e faca, obrigou todos a ficarem nus e as moças da família a cozinharem para ele.
Novas invasões, confissão e incêndios
As buscas por Cleonice já completavam 24 horas quando a PCDF descobriu outra invasão em uma chácara próximo ao local onde a empresária foi sequestrada. Lázaro foi reconhecido pela nova vítima. Durante três horas da tarde de 10 de junho, ela e o caseiro foram mantidos reféns.
De acordo com relatos das vítimas, Lázaro encontrou o caseiro primeiro e disse que não ia fazer nada, contanto que ninguém reagisse. Em seguida, colocou uma máscara de criança e mandou chamar quem estava dentro de casa. Para a dona da chácara, o criminoso confessou ter matado a família Vidal, mas disse que não estava só.
Na madrugada de sexta-feira (11/6), as buscas por Lázaro e por Cleonice ultrapassaram a fronteira do Distrito Federal. O suspeito invadiu uma chácara em Ceilândia por volta das 20h, fez o caseiro refém e roubou um veículo, um Palio branco, que usou para se dirigir até Cocalzinho de Goiás (GO), às 3h30. Lá, na BR-070, incendiou o carro.
Ainda na cidade, Lázaro invadiu outra chácara, fez um caseiro refém e o obrigou a cozinhar no sábado (12/6). Depois, invadiu outra residência e baleou três homens, que ficaram em estado grave. No fim da noite, ateou fogo em outra chácara. Foi neste mesmo dia, à tarde, que Cleonice foi encontrada, sem vida, por familiares e vizinhos em um córrego próximo ao local em que morava.
No domingo (13/6), o suspeito roubou um carro, crime denunciado pelo dono aos mais de 200 policiais mobilizados na cidade de Cocalzinho. O veículo foi encontrado às margens da BR-070, próximo a Edilândia (GO), local em que as buscas foram intensificadas
Fonte: Correio Braziliense