Uma mulher de 58 anos, presa no último dia 15, durante operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), denominada Paraíso Marcado, foi solta nesta segunda-feira (26). Segundo a defesa, a Justiça entendeu que por ser ré primária, tem bons antecedentes, ocupação lícita e residência fixa em Bonito, ela poderia responder em liberdade, sem representar riscos a ordem pública.
Na casa da ré foram encontraram porções de cocaína e pasta base, além de balanças e um caderno de anotações. Para tentar reverter a situação, a defesa, representada pelos advogados Valéria Loureiro e Lucas Arguelho Rocha, lembrou que a mulher não tem antecendentes criminais e possui residência fixa, por isso merecia ter a prisão substituída por medida cautelar, porém o pedido foi negado na Comarca de Bonito e o caso foi analisado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Na decisão, o desembargador Sideni Soncini Pimentel concordou com a defesa, levando em conta os argumentos apresentados e entendeu que ela não representava risco a ordem pública e como tem família em Bonito, dificilmente fugiria.
Por esses motivos, o desembargador decretou a soltura imediata da mulher, mas determinou que as medidas cautelares que vão garantir a liberdade, sejam decretadas pelo juiz plantonista da Comarca de Bonito, que segundo Lucas, já analisou e não aplicou restrição, permitindo que a ré fosse para casa.
“Nós acreditamos que a decisão de soltura representa a mais pura Justiça e repara grandes distorções sobre o caso, o que, sem dúvidas, será melhor esclarecido em caso de eventual prosseguimento da ação, demonstrando ao final a total inocência de nossa assistida”, concluiu o advogado.
O caso –
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou, no dia 15 de dezembro de 2022, a Operação “Paraíso Marcado”, para o cumprimento de 52 mandados destinados a buscas e apreensões e prisões temporárias, expedidos pelo Poder Judiciário da comarca de Bonito e pela Vara da Justiça Militar Estadual.
A investigação tinha por finalidade desmantelar organização criminosa estabelecida há vários anos na cidade de Bonito e região, voltada especialmente ao tráfico de drogas, ao comércio ilegal de armas de fogo e à lavagem de dinheiro, entre outros delitos.