Atrativos absorvem prejuízo e mantêm atendimentos para preservar imagem turística de Bonito

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Com a flexibilização do decreto estadual que permitiu os atrativos das cidades turísticas a atenderem os clientes que compraram pacotes até o dia 13 de junho, Bonito tem feito um verdadeiro esforço para ‘não deixar os turistas na mão’ e manter o funcionamento dos passeios mesmo com prejuízo. Isso porque o número de visitantes que os locais estão recebendo diariamente não é suficiente para cobrir as despesas de mantê-los funcionando.

Alexandre Friedrich, que acumula os cargos de presidente da Atratur (Associação dos Atrativos Turísticos de Bonito e Região) e Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Serra da Bodoquena) destacou a reportagem que a forma como as medidas restritivas foram tomadas impactou diretamente no setor.

“O trade turístico como um todo ficou muito decepcionado com o Governo do Estado, porque o decreto foi emitido do dia para a noite, sem levar em consideração todo o diferencial que é o turismo, na qual é feita uma programação a médio e longo prazo. O pior de tudo foi que o decreto foi emitido final da tarde com validade para o outro dia cedo, ou seja, diversas pessoas estavam em deslocamento, já estavam dentro de avião, em conexões áreas, dentro dos carros em trânsito, então foi uma total falta de respeito com o trade do turismo e com os turistas. Aí já houve todo uma consequência do ato, depois disso, as idas e vindas, abre e não abre e demais situações que ocorreram nos prejudicaram muito também. O índice de cancelamento dos pacotes foi muito grande. Não só por vontade dos clientes, mas também por questões nossas operacionais. Por exemplo, como é que você vai para uma cidade turística, onde a gastronomia faz parte do turismo e não tem um restaurante para comer”, detalhou.

Além disso, explica Friedrich, alguns municípios da Serra da Bodoquena não aderiram a flexibilização em seus decretos municipais, obrigando os atrativos a fecharem efetivamente. Com isso os turistas foram remanejados para outros passeios com atividades parecidas, mas ainda sim, o fluxo diário de visitantes não é suficiente para amortecer os gastos com pessoal e demais despesas necessárias para manter um local aberto.

“Mesmo assim, 99% dos atrativos estão operando normalmente. Tomando prejuízo, porque o índice de visitação está lá embaixo, mas operando visando o fortalecimento do destino. Por mais que esteja no vermelho, a gente mantem operando em prol do destino, até para não sofremos mídia negativa e também para não frustrar ainda mais os visitantes. Alguns tem condições de viajar 2, 3, 5 vezes por ano, outros se programam para fazer uma viagem no ano e tem ainda quem se programa 5, 10 anos para fazer uma viagem. Sonha com isso, planeja e quando chega a hora, simplesmente não podem realizar o sonho. Isso para a gente também tem muito valor”.

Bares e Restaurantes – Outro protesto do trade é o fechamento dos bares e restaurantes, uma vez que a gastronomia faz parte do turismo e com as medidas, os visitantes não tem sequer opção de almoço e janta, a não ser pode delivery. “Então o que adianta você ter os hoteis operando, os atrativos e não ter onde o turista almoçar ou jantar com dignidade. Ninguém vai fazer viagem de turismo para comer marmitex numa calçada ou num quarto de hotel. Então assim, não adianta você ter os atrativos abertos, se a cadeia do turismo não está operando. É inviável, digamos, tanto por questões operacionais, quanto do próprio turista em curtir  o sonho da vida dele”.

 

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