Por Tania Maria Pellin
Mesmo em situação angustiante, não pare de sonhar!
Em meio aos embaraços, quando as incertezas tornam-se triviais, num momento em que a convicção já não é mais a mesma, quando o nosso “eu” examina as possibilidades, e percebe os caminhos tortuosos por os quais nos distanciamos da verdade, choramos. É em meio esta crise existencial, que se instala no nosso eu, no sofrimento que passamos que muitas vezes nos reencontramos com nosso eu guerreiro.
Em alguns momentos, a indecisão se apodera, deixando-nos desanimados, sem forças para seguir adiante, sem ao menos saber por qual caminho seguir. Diante das dificuldades acabamos por nos extraviar, sem chegar ao rumo tão sonhado. Perdemo-nos, no que achamos ser correto. Ouvimos o que diz o coração, agindo assim, pela emoção, sem analisar as múltiplas hipóteses que nossas escolhas poderiam proporcionar. Algumas destas escolhas, até que poderiam ser aceitáveis, mas outras, infelizmente não. Poderíamos nos arrepender por muito tempo, nos questionando o porquê, ou por que não fomos prudentes? Por que a sabedoria esteve ausente quando mais necessitávamos?
Segundo Platão, “o mundo sensível (ou mundo das sombras) é imperfeito, porque tem seu conhecimento adquirido pelos sentidos.” Seria neste mundo sensível que passamos a existir? Um mundo onde a luz é escassa, no qual a sombra ganha força? Por este motivo ficamos presos, as incertezas por um período de tempo maior que o necessário? Precisamos investigar ser mais forte que a sensibilidade.
Para o filósofo, “o mundo inteligível (ou mundo das ideias) é perfeito, pois as ideias estão em total harmonia e são verdadeiras. As formas são abstratas e não-materiais, mas com substancialidade, eternas e imutáveis.”
“Para Platão, as ideias são pensadas e não sentidas, ou seja, são significados. Assim, o conhecimento das ideias só pode ser acessado de modo inteligível e pelo pensamento racional, chegando à episteme,( conhecimento verdadeiro e justificado, em contraste com a mera opinião ou crença) diferentemente de quando se tem uma opinião baseada nos sentidos, chamada de doxa.” Para Platão, a episteme era o mais alto grau de conhecimento, baseado na razão e na compreensão das formas, ideais e eternas.
Platão discípulo de Sócrates certa vez disse “todos somos prisioneiros até começarmos a fazer perguntas e encontrarmos as respostas
Diante desta descrição, estamos como prisioneiros em nosso próprio eu. Quando analisamos o mundo a nossa volta, indecisos, sem conhecer a verdade que liberta, perdemos o rumo da vida.
Precisamos com urgência conhecer a verdade, João 8:32 “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará,” entendemos aqui que Jesus destaca a verdade como um caminho para a libertação.
Na atualidade as pessoas permanecem alienadas ao mundo, sem conhecer a verdade. Vivem no mundo das sombras citado por Platão, sem forças para enfrentarem a realidade da vida. Precisamos auxiliar a quem está incerto, sem saber que a verdadeira felicidade está tão próxima. Talvez ela esteja ali, escondida entre as decepções, em si mesmo.
Quanto aos seus temores e medos de seguir, lembre-se de Josué 1;9”:Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar”.
Então, procure-a! Conhecendo a verdade estarás liberto de todos os medos, das incertezas, da solidão e das angustias.
A verdade liberta, não pare de desejá-la!