Ribeirinhos do Pantanal produzem mel gourmet de alto valor

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Pescadores ribeirinhos do Pantanal de Miranda estão produzindo o chamado mel orgânico, ou mel gourmet, de alto valor agregado e que chega a custar cerca de R$ 80,00 o pote de 500 gramas. O preço se dá por se tratar de mel produzido em uma região de proteção ambiental, livre de defensivos agrícolas.

Professor Eduardo Peixoto (coordenador da Zootecnia da UFGD) e Denise Silva (presidente do Ipedi): articulação para projeto sustentável para pescadores ribeirinhos do Pantanal. FOTO: Divulgação.

Enquanto o pote de 500 gramas do mel é vendido ao consumidor final por cerca de R$ 80,00, em média, os produtores deste mel, no caso os pescadores ribeirinhos, recebem apenas cerca de R$ 20,00 ou R$ 30,00 por um litro de mel. Isso ocorre porque os ribeirinhos acabam vendendo o mel para atravessadores, que ganham muito com o valor agregado do produto.

“Eles [os ribeirinhos] têm um produto com valor agregado com uma qualidade superior, mas os atravessadores pagam preço de mel comum e agregam valor em cima do produto deles, inclusive destinado à exportação”, explica o doutor em Zootecnia Eduardo Lucas Terra Peixoto.

Peixoto é coordenador do curso de zootecnia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e compôs uma força-tarefa da UFGD, articulada pelo Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi) que esteve junto aos ribeirinhos produtores de mel de Miranda no fim de 2021 e iniciou um projeto para apoiar a comunidade na profissionalização da atividade e fortalecimento da apicultura como uma alternativa à geração de renda dos pescadores.

Projeto articulado pelo Ipedi conta com participação da Faculdade de Comunicação, Artes e Letras (Facale), da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (Facce) e da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), todas da UFGD. FOTO: Divulgação.

“Para nós, da universidade, é interessante entendermos este mecanismo, pensarmos formas de produção para eles, que sejam sustentáveis, ou seja, respeitem o ambiente em que eles estão, o Pantanal. E que ao mesmo tempo seja economicamente viável, que garanta a estes pescadores a autonomia produtiva e econômica”, diz o professor da UFGD.

A produção de mel é uma das alternativas para geração de renda encontradas pelos pescadores artesanais que, a cada ano, veem sua atividade de pesca afetada, seja pelas políticas restritivas de pesca impostas pelo Governo de Mato Grosso do Sul, seja pela própria escassez de pescado nos rios pantaneiros.

“Está sendo muito sofrido para nós, comercializarmos nosso mel com atravessador. A universidade está nos ajudando muito”, relata dona Nilza Bandeira, uma das produtoras de mel do Pantanal de Miranda.

“O mel pode ser uma alternativa para a situação econômica e social complexa em que se encontram os ribeirinhos. Nosso próximo passo é a formalização da associação. Vamos construir junto com eles o formato da produção que melhor se adeque”, explica Denise Silva, presidente do Ipedi, que desenvolve projetos sociais junto aos ribeirinhos de Miranda.

Multidisciplinar

O projeto, articulado pelo Ipedi, conta com a participação da Faculdade de Comunicação, Artes e Letras (Facale), da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (Face) e da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), todas da UFGD.

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