A doce brisa do Rio Paraguai

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Tania Maria Pellin

Parte I

Doce Pantanal, quem te conhece, não te esquece jamais. Por aqui, tudo é calmaria, quem reside por aqui, justifica “ isso é paz”. Concordo, um ambiente único, se você por um instante conseguir se desligar do mundo e prestar atenção no som das aves, na fauna as margens do rio e na água que vai descendo, devagar, lentamente, que parece até entoar um canto de lamento, de despedida – encontrou paz.

Desde o século XVI esta região fluvio-lacustre foi conhecida por europeus e navegadores espanhóis como Laguna de los Xarayes eixo de penetração e colonização. Maria de Fatima Costa, num texto brilhante De Xarayes ao Pantanal: a cartografia de um mito geográfico descreve seus primeiros navegantes europeus como Domingo Martínez de Irala (1514); Álvar Núñez Cabeza de Vaca (1555) e Ulrico Schmidl, (1567), todos e descreveram como um paraíso evanescente, O grande personagem dessas narrativas é o rio Paraguai. Foi subindo o seu caudaloso curso que as embarcações espanholas viajaram rumo ao interior do continente […] assim, o caminho das entradas e também das narrativas é o rio Paraguai.  (COSTA, 2007.

E, ao despertar da doce brisa, a História foi se fazendo, acontecendo. Tendo como cenário, as águas deste Rio sedutor, traiçoeiro.

A ciclotimia desenha um paraíso, no período das cheias este lugar evanescente, existe e já não existe (COSTA, 2007). Existe no período das cheias, geralmente entre janeiro e junho e já não existe na vazante, por volta de julho a dezembro.

Este encantamento que é o Pantanal Mato-grossense com sua exuberante fauna e flora, se tornou imortal nas músicas do Grupo Acaba como Monções e na pena de Guimaraes, no pantanal o boi cria homem, e Manoel de Barros, onde as coisas desacontecem.

No entanto, antes dos europeus, os ameríndios já conheciam, singravam e vivam nestas paragens, como os guató e paiguá, numa perfeita simbiose homem água, em suas canoas de um pau só, mais velozes que um bergantim, segundo os Comentários de (CABEZA DE VACA. Naufrágios e Comentários. Tradução Jurandir Soares dos Santos. Madri: Anaya y Oronoz, 1992, cuja velocidade e destreza também foi anotado por João Antonio Cabral Camello “Velozes, navegavam em uma hora o que os brancos faziam num dia (sic) pelo fato de terem melhores canoas e remeiros” (TAUNAY, Affonso de E. História das Bandeiras Paulistas. Relatos Monçoeiros. 3. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1975, t. III.

Para nós sul mato-grossense e pantaneiros, que temos a dádiva de contemplar este paraíso, tema de destaque nas poesias de Manuel de Barros, aproveitar, ao vivo e a cores do alto das barrancas do Rio Paraguai a Beleza Única, que o povo sul-mato-grossense recebeu do grande Criador.

Permita, que a doce brisa te seduza.

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